AVENTURAS PELO FANTÁSTICO MUNDO DAS GULOSEIMAS
Alagoas é terra farta em doces: conheça mais dessa tradição
Aviso aos diabéticos: pulem logo de página. As linhas a seguir virão açucaradas - e, por isso, o termo diet está abolido. A viagem deste fim de semana será pelo fantástico mundo dos doces. E, de doce, o alagoano sabe bem, conhece demais. Isso graças à mistura de raças característica dessa terra, já ocupada por índios, negros e europeus - povos que nos legaram uma infinidade de receitas. E se de um lado somos emparedados pelo mar, do outro, é a cana que fecha os limites. Da cana, o açúcar. Haja doçura em Alagoas.
Por aqui, até as datas religiosas transformam-se em desculpa para saborear os manjares dos almoços que entram pelo meio-dia e somente acabam ao entardecer. Mas a refeição principal nem dura muito - são as sobremesas que ditam o movimento ao redor da mesa, submetendo os pobres mortais aos pecados da gula.
É quase impossível recordar dos encontros em família sem lembrar, de imediato, de um doce. Há as guloseimas daquela avó prendada, a compota caseira trazida por uma tia que mora mais distante, sem falar dos bolos, sempre sinônimos de festa.
Em suas memórias, publicadas no livro Confissões de um Poeta, o escritor Lêdo Ivo revela: "Ao contrário dos sertanejos, cujas mesas ascéticas se contentam com o feijão, a carne seca, a rapadura e a farinha, os nordestinos de que descendo [do litoral] eram afeiçoados ao comer vário e farto, e não se davam por satisfeitos apenas com a profusão de frutos do mar. Após o sal, era a vez do açúcar. Receitas florejavam nas brasas do forno".
E é do carvão avermelhado, quente, que surgem os bolos tradicionais, de milho e de macaxeira, além de pés-de-moleque e beijus, embora o forno à lenha já tenha sido posto para escanteio em boa parte das casas que se dedicam ao ofício. Hoje, são poucas as donas-de-casa que passam horas e horas a ralar o coco e a peneirar a farinha de massapuba. É tarefa para um batalhão.
Mas, se bateu vontade, não é preciso lamentar. Saia à caça de estabelecimentos que lucram em cima da gula nossa de cada dia. Mas sem abusos: não queira saborear tudo de uma só vez. Há muito o que provar!
MINHAS SUGESTÕES:
1. Danúbio - a lanchonete foi fundada em 1956. A saborosa é um bolo misto com recheio de coco, queijo ralado, leite condensado, doce de leite e crocante, coberta com chocolate e chantilly.
2. Doces de Riacho Doce - aquelas doceiras que ficam na rua principal da localidade, com cocada, suspiro, bolos de macaxeira e massapuba.
3. Casa do Pirulito - você encontra aqueles pirulitos lindos e coloridos. Fica na Rua Senador Rui Palmeira, 224, Levada, e na Rua Formosa, 744, Centro.
* mais um texto meu, do fundo do baú
Alagoas é terra farta em doces: conheça mais dessa tradição
Aviso aos diabéticos: pulem logo de página. As linhas a seguir virão açucaradas - e, por isso, o termo diet está abolido. A viagem deste fim de semana será pelo fantástico mundo dos doces. E, de doce, o alagoano sabe bem, conhece demais. Isso graças à mistura de raças característica dessa terra, já ocupada por índios, negros e europeus - povos que nos legaram uma infinidade de receitas. E se de um lado somos emparedados pelo mar, do outro, é a cana que fecha os limites. Da cana, o açúcar. Haja doçura em Alagoas.
Por aqui, até as datas religiosas transformam-se em desculpa para saborear os manjares dos almoços que entram pelo meio-dia e somente acabam ao entardecer. Mas a refeição principal nem dura muito - são as sobremesas que ditam o movimento ao redor da mesa, submetendo os pobres mortais aos pecados da gula.
É quase impossível recordar dos encontros em família sem lembrar, de imediato, de um doce. Há as guloseimas daquela avó prendada, a compota caseira trazida por uma tia que mora mais distante, sem falar dos bolos, sempre sinônimos de festa.
Em suas memórias, publicadas no livro Confissões de um Poeta, o escritor Lêdo Ivo revela: "Ao contrário dos sertanejos, cujas mesas ascéticas se contentam com o feijão, a carne seca, a rapadura e a farinha, os nordestinos de que descendo [do litoral] eram afeiçoados ao comer vário e farto, e não se davam por satisfeitos apenas com a profusão de frutos do mar. Após o sal, era a vez do açúcar. Receitas florejavam nas brasas do forno".
E é do carvão avermelhado, quente, que surgem os bolos tradicionais, de milho e de macaxeira, além de pés-de-moleque e beijus, embora o forno à lenha já tenha sido posto para escanteio em boa parte das casas que se dedicam ao ofício. Hoje, são poucas as donas-de-casa que passam horas e horas a ralar o coco e a peneirar a farinha de massapuba. É tarefa para um batalhão.
Mas, se bateu vontade, não é preciso lamentar. Saia à caça de estabelecimentos que lucram em cima da gula nossa de cada dia. Mas sem abusos: não queira saborear tudo de uma só vez. Há muito o que provar!
MINHAS SUGESTÕES:
1. Danúbio - a lanchonete foi fundada em 1956. A saborosa é um bolo misto com recheio de coco, queijo ralado, leite condensado, doce de leite e crocante, coberta com chocolate e chantilly.
2. Doces de Riacho Doce - aquelas doceiras que ficam na rua principal da localidade, com cocada, suspiro, bolos de macaxeira e massapuba.
3. Casa do Pirulito - você encontra aqueles pirulitos lindos e coloridos. Fica na Rua Senador Rui Palmeira, 224, Levada, e na Rua Formosa, 744, Centro.
* mais um texto meu, do fundo do baú
Terminei de ler com a boca cheia d'água. Delícia!!!! :)
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