Nos últimos dias, eu estive em lugares onde as pessoas caminham quilômetros em estradas de barro até chegar ao asfalto; onde não funcionam celulares nem as casas têm telefones. Lá, eu subi morros... caí, pq não sabia descê-los. Encontrei gente de mta fé, de linguagem própria e doçura de sobra.
Em cozinha que não tem quase nada, eu me fartei de tapioca e carne assada. Eu descansei no sofá de quem não me conhecia. Eu esperei por horas, sentada num alpendendre, no alto de uma serra.
Mas valeu! O homem que eu precisava conversar, com mais de 80 anos, chegou da lavoura, todo encharcado de chuva e montado num burro. Quando eu pedi desculpas por interromper seu afazer, ele simplesmente riu e disse: "Que é isso, minha filha? Em que posso ajudar?". Andei uma comunidade inteira. Todas as portas estavam abertas.
Na casa de uma senhora-flor de 90 anos, Maria Rosa, me contaram uma vida toda! Quando precisei me despedir, agradeci por tudo (o conforto e a confiança). Em resposta, ouvi: "Obrigada você, menina, pela di-li-ca-de-za!". Como não ser mais gentil entre gente tão generosa?
Quase chorei ao ver mulheres de mais de 70 anos ajoelhadas a cantar orações da minha infância, a exemplo de: "Salve Rainha, Mãe da Misericórdia, Rogai por Nós". Eu fiquei atordoada quando uma senhora de 65 anos me contou que havia chegado do Juazeiro há uma semana e tinha ido a pé, numa viagem de 13 dias... Esses são retalhos de um sertão que me emocionou e está bem verde, nesses dias de chuva.
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Digaê amiga, num é massa!É viciante esse Sertão de meu Deus...Apesar dos pesares é bom demais.
ResponderExcluirlinda experiência! o melhor é compartilhá-la aqui! :)
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